MEC sabia com antecedência que haveria uma questão anulada na prova de português do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009, mas não avisou os alunos, segundo reportagem do jornal O Globo desta quarta-feira (9).
Trata-se das perguntas 101 nas provas amarela, azul e rosa, e da 102, na prova cinza, que foram anuladas por conterem mais de uma alternativa correta.
Segundo a reportagem, a falha foi detectada por revisores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), autarquia do MEC responsável pelo exame. Mas, como a prova já estava em impressão na gráfica, o órgão "entendeu que não havia tempo suficiente para corrigir o erro no teste de língua portuguesa". E a decisão foi manter a prova como estava.
O Inep informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai comentar o assunto.
Gabarito embaralhado
Na noite de domingo (6), cerca de uma hora depois da publicação das respostas oficiais, o Inep informou ter identificado problemas no gabarito oficial da avaliação.
Leitores do UOL Educação já haviam informado vários problemas no gabarito oficial. As observações foram remetidas à assessoria de imprensa do Inep. Os gabaritos foram retirados do site do Inep.
O gabarito corrigido foi ar no começo da tarde de segunda-feira (7).
Abstenção recorde
Mais de 1,5 milhão de alunos faltaram ao primeiro dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009. Os ausentes foram 37,7% do público total esperado no exame. Ao todo, 4.147.527 candidatos se inscreveram para a avaliação.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que considera dentro dos padrões de normalidade. "De tudo que ouvi de especialistas da área, da Cesgranrio, do Cespe [instituições que organizam concursos públicos], é natural um aumento da abstenção quando o exame se realiza muito depois da inscrição", disse o ministro. Por causa do furto de provas do exame, o período entre a inscrição e a aplicação da prova foi de quase cinco meses.
Perguntado se haverá renovação no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Eduacionais Anísio Teixeira), responsável pelo Enem, o ministro respondeu apenas que vai aguardar o final das investigações sobre o furto da prova. Ele informou que tomará as providências necessárias quando receber o inquérito policial e o resultado da auditoria.
Fraude adia exame
A avaliação, que deveria ter sido aplicada nos dias 3 e 4 de outubro, foi cancelada por conta do vazamento de seu conteúdo. Após a constatação da fraude, o MEC interrompeu o contrato com o Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção), consórcio que estava responsável pela execução do Enem.
Em regime de urgência, o Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília) e a Fundação Cesgranrio foram contratados para executar o novo exame. Os custos já atingiram R$ 131,9 milhões.
Fonte: UOL
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