terça-feira, 26 de outubro de 2010

CNE discute as novas diretrizes do ensino médio com preparação profissional

Os rumos do cotidiano de estudantes do ensino médio, dentro e fora das salas de aula, estão abertos a discussão. Na próxima segunda-feira, o Conselho Nacional de Educação (CNE) recebe interessados em contribuir na elaboração do documento que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio, com a previsão de ser homologado até o fim do ano pelo Ministério da Educação (MEC). Além de novos conteúdos que deverão integrar a organização curricular, resolução previamente elaborada pelo CNE traz ainda o reforço de que o ensino médio deve ter o foco não apenas na continuidade dos estudos — com o ensino de conteúdos previstos para serem cobrados nos vestibulares —, como também na preparação básica para o trabalho, na formação ética dos estudantes e na relação dos fundamentos científico-tecnológicos com a prática.
“Reforçamos que esse é um texto em construção. O CNE já ouviu a opinião do MEC, de diversos especialistas, dos coordenadores estaduais do ensino médio. Mas antes de fechar o documento, em novembro, entidades e a população em geral devem opinar e contribuir com as novas diretrizes”, afirma o relator do documento no CNE, José Fernandes de Lima. As últimas diretrizes curriculares para essa etapa da educação foram firmadas em 1998. A distância temporal do documento é uma das justificativas para a elaboração de uma nova resolução: “Desde as últimas diretrizes, a legislação relativa à educação mudou bastante. A principal delas tornou a oferta do ensino médio obrigatória, e várias outras incluíram disciplinas que se tornaram obrigatórias no currículo. Com a inclusão de novos conteúdos, é ainda mais necessário reforçar que as escolas devem ter autonomia na construção de um projeto político-pedagógico, respeitando particularidades regionais, sem seguir apenas orientações nacionais”, diz o relator.
Entre os novos conteúdos previstos para integrar a organização curricular dessa etapa de ensino estão educação ambiental, diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente, valorização do idoso, música e cultura afro-brasileira e indígena.
A maioria dos novos conteúdos foram adicionados por emendas parlamentares — nos últimos três anos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação teve seis novos conteúdos incluídos por meio de emendas.
Para o secretário de assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, uma nova diretriz curricular deve ser implementada, ainda, em conformidade com a formação e capacitação dos profissionais envolvidos. “Não dá para pensar em reforma curricular sem a valorização dos profissionais, formação e carreira não podem ficar de fora do debate. Os três entes federados do estado devem se unir para garantir que os professores sejam capacitados para lecionar novos conteúdos, para que as redes estaduais consigam implementar as mudanças de forma concreta”, defende Araújo.
Fonte:(CORREIO BRAZILIENSE)

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